Lairte - artista plástica e sonhadora

  O Amor a me contemplar  Preenche esse vazio das noites  Pois estou plena de realizações  Só faltas mesmo tu  A tua presença silenciosa e calma, preenche-me  Teus gestos suaves, a voz branda e firme  Próprios da maturidade  Amar com paixão e admiração  Amar com a naturalidade que o ato exige  Apenas os dois corpos presentes  Nenhum fantasma a rondar  Respiração  Corpo  Prazer  Lairte  Serrinha/BA, 2020

  Amor platônico   Amar alguém que nem sabe que existimos  Alguém que defeitos mil deve ter  Mesmo assim, seria uma alegria conhecê-lo, estar ao seu lado  E, com sorte, envelhecermos juntos  Como só vemos em filmes Ou nos nossos sonhos bobos.  Lairte  Serrinha/BA, 2020

  Uma razão  Uma razão maior para viver  Um amor  Sinto que é minha última chance...  Vivi apaixonada todos os meus dias  Eu menina, envolta por flores, magia, perfumes e amores  Fugindo das dores  Um aprontar-se constante à tua espera  Agora, saio para colher frutos maduros  D eliciar-me com clima de outono  Apreciar as folhas amareladas, tal qual a beleza do pôr do sol  Substituo antigos ideais  Abro as janelas para um futuro desejado  Começo, já, a construí-lo  Pois ainda sou. Ainda sinto.  Lairte  Serrinha/BA, 2020

  Flores Amarelas  Flores amarelas no campo  Traduzem a alegria de estar junto a ti  São pequenas e perfumadas Como os teus gestos mais valiosos Movem-se ao sabor do vento  Com a delicadeza de tuas mãos fortes  Têm o brilho dos teus olhos  Um silêncio cheio de plenitude  Caminhar entre elas, pernas entrelaçadas  Deitar-me, é perder-me no infinito do meu ser.  Lairte  Serrinha/BA, 2020

 Palavra despida  Um silêncio sincero é muito, muito melhor que mil palavras falsas, cheias de maldade e de malícia,  Com segundas, terceiras e quartas intenções  De modo que, se fica assim, em estado de choque  Sem saber ou pensando bem o que vai responder, pois, é certo que  Qualquer palavra será levada adiante com diversas vestes  Menos a sua palavra nua, limpa de qualquer artifício.  Lairte  Serrinha/BA, 2020

  Epifania  Reencontrar nossa cidade, de onde tantas lembranças vêm, parece que todas as dores ficaram para trás, e que nada de ruim poderá nos acontecer  Tantas decepções  Tantos desentendimentos  Tantos desencontros  Só quem vive fora de sua terra sabe a dureza com que o mundo pode se apresentar  Você não é ninguém,  Arranjos sociais que convêm  Lá, os amigos ganham uma dimensão enorme  Somos vulneráveis sim; ficamos carentes sim  Numa solidão tão profunda que dói, mas é dor que não se explica, apenas cala  Agora que voltei, não preciso mais tomar estranhos como parentes meus, numa adoção forçada de pura carência.  Aqui tenho os meus entes queridos; amigos por opção.  O coração e os olhos sorriem, todo o corpo, numa epifania  Cada rua tem um significado que os nossos sentidos captam imediatamente  Também vejo no outro o tempo em mim. Lairte.  Serrinha/BA, 2018.

 Libertação  Depois daqueles dias tristes  apareceu o sol  Trazendo a luz que me faltava  E o calor que meu coração faz sorrir  Espreguiçando-se como depois de uma noite bem dormida.  Só a paz quero reter  Não permita que a dor volte ao meu lar  Ao meu rosto, o pavor, o medo  Não  Não quero nem lembranças sequer  Pois estou feliz, feliz  Lairte.  Serrinha, 2017

Com carinho para meus leitores.  Vivências: Poemas, Contos e Crônicas - 2024. Comecei a escrever poesia há pouco mais de quatro anos, em meu caderno de memórias e reflexões, para suprir minha necessidade de criação artística, substituindo temporariamente a pintura de outrora... Algumas telas que fotografei estão aqui expostas, bem como meus poemas, alguns contos e crônicas.   Grata,  Lairte Souza.  

                                      Artista Plástica Lairte - Poesia. Acrílica sobre tela. 2014

                             

                                             

Artista Plástica Lairte - Busca. Acrílica sobre tela.1997 (particular)