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Mostrando postagens de janeiro, 2021

Poema "Brumas"

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  Brumas   Elevo-me, escuto minha respiração Flutuo na paz do meu quarto, vejo estrelas descendo sobre mim Vejo lindos cavalos, montanhas... A música celta faz isso comigo Não sei se sou daqui ou de lá Um mistério que me envolve por alguns minutos Ah!... Mas que bobagem!  Todo mistério se desfaz assim que acaba a música E eu? Vou atender ao chamado da vida.   Lairte Souza Serrinha/BA, janeiro/2021.  

Poema "Passageiro"

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  Passageiro   O trem apita Meu coração acelera, acelera... Aquieta cá! Que ali não está indo nenhuma promessa, Mas apenas tuas ilusões. Lairte Souza Serrinha/BA, janeiro/2021.

Conto: Pássaro Livre e Gata Presa na Àrvore

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  Pássaro Livre e Gata Presa na Árvore   João, criança maior e mais esperta, pegador de passarinhos, tatu e outros bichos do mato. Raquel, mais nova, com seus 6 ou 7 anos era um pequeno beija-flor de tão delicada e frágil. Irmãos, viviam muitas aventuras e duas delas passo a lhes contar. João passou aquela tarde inteira tentando pegar um passarinho que era novo por ali. Duas vezes, quatro, na quinta tentativa ele conseguiu capturar a linda ave, que gritava assustada. Raquel, vibrando de alegria, estendeu as mãozinhas para receber o bichinho, com cuidado e medo ao mesmo tempo, segurou-o, prendendo-o bem. De repente ele se mexeu, batendo as asas, ao que Raquel, no susto, deixou o pássaro escapar! Foi um “Deus nos acuda” para acalmar João, desesperado, vendo seu trabalho ir por água abaixo, ou melhor, céus acima. Raquel ficou muda, olhando para o alto e vendo aquele pequeno ser partindo em liberdade pelo céu azul. E ficou feliz, em segredo. Noutro dia foi uma gata no pé de manguei

Poema "amigas"

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  Amigas   Violetas, Rosas, Flor do Campo... Meu suporte em tempos difíceis Levanta-me, muda a paisagem Muda o mundo ao meu redor, o qual fica muito melhor contigo Adoça minha boca, diverte-me Enfeita e perfuma meus instantes Instantes plantados para sempre na minha lembrança Um jardim de recordações.                                                               Lairte Souza                                 Serrinha/BA, janeiro/2021.

Crônica: "Perfídia das Sombras (síndrome do pânico)"

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   Perfídia das Sombras (síndrome do pânico)                 Fui traída constantemente pelas sombras: A dúvida, companheira permanente; a desconfiança, a insegurança projetando meus impulsos O medo, diminuindo meus dias de vida e de prazeres Reduzindo-me. Perfídia!  Entranhadas em mim, não sabia que eras outra.  Abro tua sepultura: vai-te para sempre! para sempre...  Lairte Souza Serrinha/BA, janeiro/2021.  

Poema " O Mar"

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                                O MAR Tenho medo do mar, ele parece que nos chama Quer levar tudo para dentro dele Imensidão que assusta, movimentos Suas águas falam e o escutamos de longe Águas que correm ao nosso encontro, depois arrasta-nos Por isso tenho medo do mar Sedutor, quando conquista, dança em câmera lenta uma valsa Abraços da morte Não quero morrer no mar É frio, e frias as suas águas mais profundas. Lairte Souza Serrinha/BA, dez/2020.  

Pintura aquarela em papel canson. "Inspiração". Lairte Souza. 2021

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Conto: Purgatório.

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                                                         Conto: Purgatório.           Beatriz subiu, com dificuldade, na cabine alta de um caminhão que parou. Não entrava ônibus ali. Tentou ligar para motoboy, sem sucesso. Poucos metros à frente, chegando ao seu destino, ela abre a porta do caminhão e, sem noção da altura, desce, esborrachando-se no chão.           Foi assim. Depois de batalhar tanto para alcançar aquele objetivo de transferência para outra cidade, estava Beatriz ali, no fim do mundo, numa estrada deserta, esperando transporte que a levasse até a cidadezinha onde passou a trabalhar.         Questionava-se:  Até que ponto devemos insistir, persistir com uma ideia, um plano, quando este parece avisar que não vai ser bom, dizendo não, não, diversas vezes. Quando se está numa situação de conforto, que inquietação insana é essa que nos faz trocar uma vida calma, estável, pelo desconhecido? Pois foi assim com Beatriz. A coragem de arriscar-se pelo que pouco sabia, não foi um

Conto Cigano

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  Conto Cigano            Há muitos anos, Melina, em férias numa cidade do interior da Bahia, onde moravam as suas irmãs Flor e Emília, viveu uma aventura que mais parecia filme de suspense, paixão e drama ao mesmo tempo.           Logo nos primeiros dias, Melina saiu com Flor para visitar uma amiga, numa loja de departamento no centro da cidade. Antes de chegarem, encontraram a tal amiga, de nome Rose, de uns 22 anos, numa praça conversando com cliente da loja. Ao se aproximarem, Melina observou que era um rapaz jovem, de uns vinte anos, numa bicicleta. Nada nele que lhe chamasse a atenção. Melina, aos seus 14 anos, com a cabeça no mundo da lua, percebeu que ele a olhava, mas nada comprometedor. Não lhe dirigiu uma palavra sequer, e depois de alguns minutos, foi o tal quem perguntou se elas iriam à praia no dia seguinte, um domingo, ao que Flor e Rose afirmaram que "sim, provavelmente iriam". Ele então se despediu, dizendo “encontro vocês lá”, em determinado quiosque.       

Poema "Álvaro e Jasmim"

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  Álvaro e Jasmim Por amor E por resposta a tua devoção todos esses anos Teus cuidados pelo dia Tuas entregas vertiginosas à noite Por tudo que vivemos juntos Foi que doei minha alma Todo meu corpo Inteiro, a ti Nenhuma mancha deixei na tela das nossas vidas Nem mesmo no paraíso ilusório das tentações cedi Por decisão e capricho, não por pudor, não por convenção Porque escolhi fosse assim a nossa fonte Limpa e cristalina.                                          Lairte Souza                                                   Serrinha/BA, janeiro/2021.